quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Webinar aborda novas tecnologias para geomática e topografia

O MundoGEO e a GlobalGeo GNSS irão realizar às 11h do dia 30 de novembro, um seminário online gratuito que abordará a utilização de tecnologias inovadoras para geomática e topografia.

A tecnologia está em constante evolução. Novos problemas complexos de engenharia surgem a cada dia. Visando soluções para problemas complexos relacionados a geomática e topografia, serão apresentados neste webinar, novas tecnologias para otimização e automação de coleta e tratamento de dados.

Webinar GlobalGeo GNSS Webinar aborda novas tecnologias para geomática e topografiaDentre os temas abordados estarão: algoritmos para otimização da coleta de dados em condições impróprias; sistemas integrados de mapeamento e GIS; e otimização de projetos com softwares de topografia.

Com acesso gratuito, este seminário online é indicado para engenheiros, técnicos, estudantes, topógrafos, geólogos e todos os profissionais das áreas de geomática, topografia e construções.

O apresentador será Lucas Andrade, desenvolvedor de negócios da GlobalGeo GNSS. Lucas é técnico em estradas e engenheiro de sistemas com ampla experiência no setor de geomática e geodésia. O mediador da sessão de perguntas & respostas será Eduardo Freitas, engenheiro cartógrafo, editor do Portal MundoGEO.

Seminários Online MundoGEO

A série de seminários online MundoGEO foi projetada para fins educacionais e informativos, sobre tecnologia, cases e tendências no setor de geotecnologia. A metodologia de seminários a distância está alinhada às demandas globais por conteúdo profissional em um curto espaço de tempo, sem necessidade de deslocamentos, tanto dos palestrantes e mediadores como dos participantes.

O Portal MundoGEO oferece uma tecnologia com qualidade comprovada para a produção, promoção e realização de seminários online. Os webinars MundoGEO oferecem um meio simples e rápido para atualização profissional, colocando as empresas, instituições e os usuários em contato direto. Durante os webinars, os participantes podem interagir diretamente com os apresentadores, através de Webinar GlobalGeo GNSS 2 Webinar aborda novas tecnologias para geomática e topografiauma ferramenta de chat e áudio.

Serviço

Webinar: Novas Tecnologias para Geomática e Topografia
Data: 30 de Novembro de 2011
Hora: 11h da manhã (horário de Brasília BRST / UTC -2h)
Inscrição: Clique aqui para se inscrever gratuitamente. Após registrar-se, você receberá um email de confirmação com o link de acesso a esta sessão online.


Fonte: www.mundogeo.com

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Rios da cidade de Salvador: atraso e contramão da história

Rios da cidade de Salvador: atraso e contramão da história

No momento, nos é vendida a ideia de que uma Salvador melhor, uma cidade do futuro, com infraestrutura eficiente e adequada está por ser construída, num curtíssimo espaço de tempo, visando o atendimento aos requisitos exigidos às cidades-sedes dos jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2014.

Porém, essa estratégia falaciosa não pode sanar o caos urbano instalado em nossa cidade, fruto de um déficit já histórico de planejamento e de investimentos em questões-chaves ao desenvolvimento urbano, e, ao qual se somam a pobreza e a marginalidade de imensa parcela dos soteropolitanos.

Salvador teve um período de planejamento, no qual as avenidas de fundo de vale foram concebidas, visando estruturar o sistema de deslocamento da população. Estas são ainda hoje as principais vias nas quais escoam (lentamente) carros, ônibus, caminhões e, atualmente, uma grande quantidade de motocicletas e bem poucas bicicletas.

Tais avenidas, assim como outros aspectos do tipo de crescimento urbano adotado em Salvador, causaram impactos ao escoamento dos rios, que outrora proporcionaram não só a fundação da cidade, como nela desempenhavam inúmeras funções urbanas.

Atualmente, os rios, constrangidos em suas larguras de cheia, têm ainda que dar conta de enormes volumes de águas que não tem mais como penetrar nos solos em função do rápido desaparecimento das áreas livres, especialmente as áreas verdes. E esses volumes, cada vez mais, incluem esgotos, sedimentos e lixo. Dessas relações, entre os nossos rios e a ocupação intensa e inadequada dos solos da cidade os problemas emergem: alagamentos, poluição, riscos de diversas ordens, incluindo à saúde pública, dentre outros.

Grandes cidades mundo a fora, incluindo algumas brasileiras, hoje buscam reverter o caos resultante dessa má conduta, insustentável sob o ponto de vista ambiental, social e econômico. Soluções ambientalmente mais corretas passam por gerenciar integradamente a infraestrutura urbana, iniciando-se pela definição da ocupação do espaço com preservação de funções naturais como a infiltração e a rede natural de escoamento (os rios!), e a redução e controle das fontes de poluição.

Como alguns exemplos, nos EUA este tipo de desenvolvimento tem sido adotado e denominado Low Impact Development, ou Desenvolvimento de Baixo Impacto. Na Austrália tem sido denominado Water Sensitive Urban Design, algo como, Desenho Urbano Associado à Água. Na Europa um projeto denominado SWITCH (Sustainable Water Management in Cities of the Future) reflete essa tendência de mudança de rumo no trato das águas no meio urbano.

A remoção de represas obsoletas, a retirada do revestimento do fundo e das margens dos rios canalizados, o reordenamento das faixas laterais aos rios, com o replantio de vegetação para a criação de espaços livres para lazer, mas também para que o rio encha ocasionalmente, têm sido algumas das iniciativas visando a ‘renaturalização’ de áreas das cidades.

Essas ações visam a melhoria da qualidade paisagística e ambiental urbana, a restauração da função social dos rios e a melhoria da drenagem de águas das chuvas, além de outros benefícios.

Têm sido emblemáticas as iniciativas para despoluição e reintegração às cidades dos rios Tâmisa à Londres, Sena à Paris, Cheonggyecheon à Seul, dentre outros, e no Brasil os casos dos rios das Velhas à Belo Horizonte, rio Barigui à Curitiba, além de ações iniciais para melhoria do Tietê em São Paulo.

Salvador tem caminhado na contramão dessa tendência. Sob a égide da ganância imobiliária tem-se avançado desenfreadamente sobre áreas remanescentes de vegetação, aterrado lagoas e cursos d’água, na pressa em aproveitar o momento econômico de uma população de classe média que se endivida avidamente, e sem os limites de um efetivo e consequente ordenamento e controle do uso do solo urbano por parte do Poder Público.

Nesse contexto insustentável, a cobertura de rios em Salvador se tornou regra. Parece ser a única solução existente para esgotos nas águas, para os problemas de captação e destino dos esgotos e dos resíduos sólidos (lixo), e finalmente para o caso da presença de odores e de mosquitos. Esconder esses problemas sob tampões de concreto é a forma mais simples encontrada pela Administração Municipal, subsidiada por gordos recursos públicos federais (Ministério da Integração) e com a conivência da maioria dos membros do Conselho Municipal de Meio Ambiente.

A cobertura do Rio dos Seixos, na Avenida Centenário, foi o início dessa nova fase da tecnologia anacrônica adotada em Salvador, a um custo de quase 30 milhões de reais. A seguir, no Imbuí, a um custo de 57 milhões de reais, um parque linear árido e cheio de edificações surge, não ao longo do rio, como vem ocorrendo em tantos lugares, mas sobre o rio das Pedras. Intervenções como essa denunciam a forma fragmentada e pontual de atuar sobre os rios, que, paradoxalmente, como corredores de água e matéria orgânica, são verdadeiros símbolos de continuidade e interdependência entre os seus diversos segmentos e trechos.

Neste momento, obras avançam para esconder o trecho do Rio Lucaia, confinado entre as pistas da Avenida Vasco da Gama (fotos), a um custo previsto de 49,84 milhões de reais! E outras obras similares estão anunciadas, enterrando nossos rios, e ‘rios’ de dinheiro público. Ressalte-se que no linguajar dos atuais administradores do Município, não temos ‘rios’, mas apenas ‘canais de esgoto’. Uma enorme miopia!

A falta de investimentos em infraestrutura viária, a entrega do solo urbano ao capital imobiliário, que não distingue elementos importantes da paisagem, tem gerado também enormes déficits no sistema de mobilidade e de espaços públicos em Salvador. Assim, esses aspectos da cidade, fundamentais para a qualidade de vida urbana, e que deveriam ser prioritários no processo de desenvolvimento urbano, servem agora também como argumentos para a destruição dos rios.

Por fim, é importante ressaltar, que alternativas técnicas para os problemas da cidade existem. A ‘solução única’ imposta pelos atuais administradores públicos segue uma lógica cega, de interesses econômicos (e políticos) e nega a participação social e a ação para um futuro mais responsável e com qualidade ambiental para Salvador. Temos a certeza que não há uma única solução para nossos problemas, e que estas também podem ser mais sustentáveis e inteligentes, e principalmente, fruto de discussões e aprofundamentos.

Salvador, 24 de outubro de 2011

Andrea Sousa Fontes (Profa. Dra. do CETEC/UFRB)

Angela Lühning (Prof. Titular da UFBA e Diretora da Fundação Pierre Verger)

Antonio Emilson A. de Carvalho (Associação Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça, Cidadania)

Aruane Garzedin (Profa. Dra. da Faculdade de Arquitetura/UFBA)

Breno de Souza Pessoa (Técnico de Turismo do Programa de Turismo Sustentável do Pangea)

Catarina S. Camargo (Eng. Florestal)

Catherine Prost (Profa. Dra. do Instituto de GeociÇencias/UFBA)

Cláudio Mascarenha (GERMEN)

Coletivo Socioambiental ORGANISMO

Cristina Maria Alves de Jesus (Condomínio do Empreendedor Cultural, Salvador-BA)

Cristina Maria Macêdo de Alencar (Profa. Dra. da UCSAL)

Edson Barreto de Almeida (Economista)
Elaine Aparecida Rodrigues (Fórum Pró Cidadania)

Eratóstenes de Almeida Fraga Lima (Engo. Sanitarista, Ambientalista)

Evanildo P. Lima (EMBASA)

Everaldo Magalhães Santos (Associação Comunitária Eldorado, Castro Alves-BA)

Fernando Martins Carvalho (Prof. Titular da Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA)

Fórum PRÓ CIDADANIA

Grupo Ambientalista da Bahia (GAMBÁ)

GERMEN-Grupo de Defesa e Promoção Social

Hamilton M. de Assis (APS-BA; DN-PSOL; Círculo Palmarino Intersindical-BA)

Iara Brandão de Oliveira (Profa. Dra., Departamento de Engenharia Ambiental-UFBA)

INSTITUTO BÚZIOS

Jacira Azevedo Cancio (Engª. Sanitarista)

José Carlos Zanetti (Economista, Assessor de Projetos da CESE)

Juca Ulhôa Cintra Paes da Cunha (Economista)

Jussara Rocha Nascimento (Associação Movimento Paulo Jackson - Ética, Justiça, Cidadania)

Lafayette Dantas da Luz (Prof. Dr. da Escola Politécnica/UFBA)

Lavínia Adriana Soares Bomsucesso (Professora)

Léa Corrêa Pinto (Terrae Organização da Sociedade Civil e Movimento da Cidadania pelas Águas Florestas e Montanhas Iguassu Iterei)

Luiz Roberto Santos Moraes (Prof. Titular da Escola Politécnica/UFBA)

Marcele Silva do Valle (Advogada, Mestranda em Desenvolvimento

Regional e Meio Ambiente)

Marcelo Fernandes Pereira (Eng.º Civil, Sindicalista)

Marco Antônio Tomasoni (Prof. Dr. do Instituto de Geociências/UFBA)

Marcos Mendes (Geólogo, Mestre em Geologia Ambiental, Presidente

Estadual do PSOL BA)

Marcus Góes Dantas (Nutricionista do Hospital Aliança)

Maria Ângela Barreiros Cardoso (Arquiteta)

Maria Aparecida Santos de Aguiar (Professora da UESC)

Maria Cristina Nascimento Vieira (Educadora Ambiental - Rede de Educação Ambiental da Bahia)

Maria Elisabete Pereira dos Santos (Prof. Dra. da Escola de Administração/UFBA)

Maria Lúcia Politano Álvares (Engenheira Civil, MSc)

Maria Suzana Moura (Profa. Dra. da Escola de Administração/UFBA)
Maria Teresa Chenaud Sá de Oliveira (Engenheira Civil, MSc)

Movimento da Cidadania pelas Águas Florestas e Montanhas Iguassu Iterei

Nair Floresta Andrade Neta

Organização Sócio-Ambientalista JOGUELIMPO

Paulo Romero Guimarães Serrano de Andrade (Prof. Dr. do CETEC/UFRB)

Paulo Sergio Mettig Rocha (Diretor Acadêmico das FAMETTIG)

Patrícia Campos Borja (Profa. Dra. da Escola Politécnica/UFBA)

Projeto Reh Nascer

Renato Paes Pegas da Cunha (Engo. Mecânico, Ambientalista)

Rogério Horlle (Engenheiro, Conselheiro do COMAM de Salvador, representando a AFA)

Sandra Bandeira Caria de Almeida ( Pedagoga)

Severino Soares Agra Filho (Prof. Dr. da Escola Politécnica/UFBA)

Sílvio Roberto Magalhães Orrico (Prof. Dr. de Saneamento da UEFS)

Sindicato de Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado da Bahia (SINDAE)

Stella Maris Miranda Sampaio

Tereza Moura (Profa. MSc. da UFBA)

TERRAE Organização da Sociedade Civil

Thiago Guimarães Siqueira (Psicólogo Ambiental, Professor e Pesquisador)

Vanessa Britto Silveira Cardoso (Engª Sanitarista e Ambiental e Conselheira da ABES/BA)

Waldeck Barretto D´Almeida(Psiquiatra e Psicodramatista)

Yvonilde Medeiros (Profa. Dra. da Escola Politécnica/UFBA)

Zoraide Vilasboas (Associação Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça, Cidadania)

CENSO 2010 (Algumas informações)

Indicadores Sociais Municipais 2010: incidência de pobreza é maior nos municípios de porte médio


Os resultados do Censo Demográfico 2010 mostram que a desigualdade de renda ainda é bastante acentuada no Brasil, apesar da tendência de redução observada nos últimos anos. Embora a média nacional de rendimento domiciliar per capita fosse de R$ 668 em 2010, 25% da população recebiam até R$ 188 e metade dos brasileiros recebia até R$ 375, menos do que o salário mínimo naquele ano (R$ 510).
Em 2010, a incidência de pobreza era maior nos municípios de porte médio (10 mil a 50 mil habitantes), independentemente do indicador de pobreza monetária analisado. Enquanto a proporção média de pessoas que viviam com até R$ 70 de rendimento domiciliar per capita naquele ano era de 6,3%, nos municípios com 10 mil a 20 mil habitantes, essa proporção era duas vezes maior.
As diferenças de rendimento entre homens e mulheres também chamava a atenção, sendo maior nos municípios com até 50 mil habitantes, onde eles recebiam, em média, 47% mais que elas (R$ 956 contra R$ 650).
O rendimento1 é um dos temas abordados pelos Indicadores Sociais Municipais do Censo 2010, que contemplam também outros assuntos a partir dos resultados do Questionário do Universo do Censo 2010 (aplicado a todos os domicílios recenseados), com foco na análise municipal por classe de tamanho populacional. Os indicadores estão calculados para todos os 5.565 municípios brasileiros.
O estudo mostra, por exemplo, que, embora no país como um todo a taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade tenha se reduzido de 13,63% em 2000 para 9,6% em 2010, ainda chega a 28% nos municípios com até 50 mil habitantes na região Nordeste. Além disso, o percentual de analfabetos entre pretos (14,4%) e pardos (13,0%) era, em 2010, quase o triplo dos brancos (5,9%). No caso do analfabetismo de jovens, a situação da região Nordeste era também preocupante, na medida em que mais de ½ milhão de pessoas de 15 a 24 anos de idade (502.124) declararam que não sabiam ler e escrever. Na região do Semiárido a taxa de analfabetismo também foi bem mais elevada do que a média obtida para o país, mas teve uma redução de 32,6%, em 2000, para 24,3%, em 2010. Entre os analfabetos residentes nessa região, 65% eram pessoas maiores de 60 anos de idade.
Por fim, em relação ao saneamento básico, embora a proporção de domicílios adequados (ligados à rede geral de esgoto ou fossa séptica, abastecidos por rede geral de água e com lixo coletado direta ou indiretamente por serviço de limpeza) tenha subido de 56,5% em 2000 para 61,8% em 2010, nas cidades menores (com até 5 mil habitantes), não chegava a 1/3 (30,8%), enquanto nas maiores (mais de 500 mil habitantes) era 82,5%.
A publicação completa dos Indicadores Sociais Municipais do Censo 2010 pode ser acessada na página
Metade da população tem rendimento per capita de até R$ 375
O Censo Demográfico 2010 indica que, apesar de uma média de R$ 668, 25% das pessoas tinham rendimento médio nominal mensal domiciliar per capita de até R$ 188 e metade da população recebia até R$ 375, valor inferior ao salário mínimo em 2010 (R$ 510). Enquanto cerca da metade da população urbana recebia, em média, até R$ 415, nas áreas rurais esse valor era de aproximadamente R$ 170. Como os dados sobre rendimento ainda são preliminares, consideram-se apenas pessoas e domicílios com declaração de rendimento positivo, excluindo aqueles com renda zero ou sem declaração.
Nos municípios com até 50 mil habitantes, predominou o valor de até um salário mínimo para 75% da população. Já nos com mais de 500 mil habitantes, metade da população recebia até R$ 503. O rendimento médio domiciliar per capita nestes municípios mais populosos era R$ 991, mais de duas vezes superior ao observado nos municípios de até 50 mil habitantes.
Entre os municípios das capitais, mantém-se a tendência histórica de melhores níveis de rendimento domiciliar per capita nos estados das regiões Sul e Sudeste. Florianópolis (SC) registrou o maior valor (R$ 1.573), com metade da população recebendo até R$ 900, seguida de Vitória (ES), cujas cifras eram de R$ 1.499 e R$ 755, respectivamente. Em 17 das 26 capitais, 50% da população não recebia até o montante do salário mínimo. Os valores dos rendimentos domiciliares per capita médios de Macapá (AP), Teresina (PI), Manaus (AM), Rio Branco (AC), São Luiz (MA), Maceió (AL), Boa Vista (RR) e Belém (PA) representavam 40% do rendimento observado em Florianópolis. Em Macapá, pior situação entre as capitais, o rendimento médio domiciliar per capita era de R$ 631, com 50% da população recebendo até R$ 316.
No Brasil, em termos de rendimento total (trabalho, aposentadorias, pensões, transferências etc.), os homens recebiam em média 42% mais que as mulheres (R$ 1.395 contra R$ 984) e metade deles ganhava até R$ 765, cerca de 50% a mais que metade das mulheres (até R$ 510). Nos municípios com até 50 mil habitantes, os homens recebiam, em média, 47% a mais que as mulheres: R$ 903 contra R$ 615. Nos municípios com mais de 500 mil habitantes, os homens recebiam, em média, R$ 1.985 e as mulheres, R$ 1.417, uma diferença de cerca de 40%.
Percentual de pessoas consideradas pobres é maior nos municípios de médio porte
O Censo 2010 detectou que a incidência de pobreza era maior nos municípios de porte médio (10 mil a 50 mil habitantes), independentemente do indicador analisado 2, como mostra o gráfico na página seguinte.
Enquanto a proporção de pessoas que viviam com até R$ 70 de rendimento domiciliar per capita era, em média, 6,3% no Brasil, nos municípios de 10 mil a 20 mil habitantes esse percentual era o dobro (13,7%), com metade da população nesses municípios vivendo com até ½ salário mínimo per capita. Já nas cidades com população superior a 500 mil habitantes, menos de 2% viviam com até R$ 70 per capita e cerca de ¼ das pessoas vivia com até ½ salário mínimo de rendimento domiciliar per capita.

No meio rural, 21% das pessoas tinham rendimento per capita de até R$ 70, cerca de 39% viviam com até ¼ de salário mínimo per capita e aproximadamente 66% com até ½ salário mínimo per capita.
Entre as capitais, Macapá tinha a maior proporção de pessoas com rendimento domiciliar per capita de até R$ 70 (5,5%) e até ¼ de salário mínimo (16,7%). No Sudeste, o Rio de Janeiro registrou os maiores percentuais de pessoas nessas condições (1,1% e 4,5%, respectivamente). Os melhores indicadores foram observados em Florianópolis (SC): 0,3% da população com rendimento médio mensal domiciliar de até R$ 70 e 1,3% com até ¼ do salário mínimo.
Do total de quase 16 milhões de pessoas com rendimento e residentes em domicílios com saneamento inadequado, mais de 70% tinham rendimento domiciliar per capita de até ½ salário mínimo. Esse percentual apresenta diferenças significativas entre os portes populacionais, variando de 59,2% nos municípios menores a quase 77% nos municípios de 20 mil a 100 mil habitantes.
Taxa de analfabetismo cai, mas ainda chega a 28% nas menores cidades do NE
A taxa de analfabetismo na população de 15 anos ou mais de idade caiu de 13,63% em 2000 para 9,6% em 2010. Em 2000, o Brasil tinha 16.294.889 analfabetos nessa faixa etária, ao passo que os dados do Censo 2010 apontam 13.933.173 pessoas que não sabiam ler ou escrever, sendo que 39,2% desse contingente eram de idosos. Entretanto, a maior proporção de analfabetos estava nos municípios com até 50 mil habitantes na região Nordeste: cerca de 28% da população de 15 anos ou mais. Nessas cidades, a proporção de idosos que não sabiam ler e escrever girava em torno de 60%.
Na região do Semiárido a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais também foi bem mais elevada do que a média obtida para o país, mas teve uma redução de 32,6%, em 2000, para 24,3%, em 2010. Entre os analfabetos residentes nessa região, 65% eram pessoas maiores de 60 anos de idade.
A taxa nacional de analfabetismo para os adolescente e jovens entre 15 e 24 anos atingia 2,5% em 2010. No total de jovens nessa faixa etária por região, a maior taxa era de 4,9% no Nordeste, onde pouco mais de ½ milhão de pessoas de 15 a 24 anos de idade (502.124) disseram não saber ler e escrever, contra 1,1% no Sul e 1,5% no Sudeste. A situação mais grave foi verificada nos municípios com até 10 mil habitantes da região Nordeste (7,2%), ao passo que nas cidades com mais de 500 mil habitantes da região Sul, a taxa era de 0,7%. A comparação com 2000 mostra que houve crescimento da alfabetização das pessoas nesta faixa etária, passando de 94,2% para 97,5% em 2010, atingindo valores próximos à universalização.
A proporção de crianças de 10 anos de idade que não sabiam ler e escrever era de 6,5% em 2010, inferior à de 2000, 11,4%. Nos municípios com até 5 mil habitantes (5,8%), os índices de analfabetismo são menores que nos municípios de médio porte (10,1% nas cidades entre 20 mil e 50 mil habitantes). Em 2000, os índices eram de 11,4% e de 18,7, respectivamente.
Nas capitais, os percentuais de crianças de 10 anos de idade que não sabiam ler ou escrever eram mais baixos que no conjunto do estado, em especial no Nordeste. Em São Luis (6,1%) e em Teresina (4,9%), a proporção de crianças nesta situação era 2,5 vezes inferior à dos respectivos estados, Maranhão (16,4%) e Piauí (13,7%). A pior situação foi encontrada em Maceió, com 11,6%, embora seja melhor que no estado de Alagoas como um todo (17,8%).
Dos 1.304 municípios brasileiros com taxas de analfabetismo iguais ou superiores a 25%, 32 não ofereciam o programa Educação de Jovens e Adultos (EJA). A maioria deles estava no Nordeste. João Dias (RN) apresentou o maior índice (38,9%), seguido de Monte Santo (BA), com 35,6%, e São Brás (AL), com 34,7%. No Norte, eram três municípios, todos em Tocantins (Ponte Alta do Bom Jesus, Mateiros e Centenário). Quatro estavam no Sudeste, localizados em Minas Gerais (Miravânia, Frei Gaspar, Bertópolis, Santa Helena de Minas).
Analfabetismo entre pretos e pardos passa de 20% nas menores cidades
Nos últimos anos, houve uma redução das taxas de analfabetismo no país para todas as categorias de cor ou raça, mas subsistem grandes diferenças. A taxa nacional de analfabetismo entre pessoas de 15 ou mais anos de idade era de 9,6% em 2010. Nesse grupo etário, os pretos e pardos tiveram percentuais de analfabetos de 14,4% e 13,0%, respectivamente, contra 5,9% dos brancos, com destaque para os municípios de menor porte. O analfabetismo na população preta de 15 anos ou mais chegou a 27,1% nos municípios com até 5.000 habitantes e a 28,3% nas cidades entre 5.001 e 20.000 habitantes, caindo para 24,7% nos municípios entre 20.001 e 50.000 habitantes. Entre os pardos, a taxa de analfabetismo variou de 20,0% a 22,1% nos grupos de municípios desde os com até 5.000 habitantes até os de 50.000 habitantes.
País registra cerca de 30 matrículas na rede pública para cada 100 crianças até 5 anos
Para dimensionar a situação do acesso escolar das crianças de 0 a 5 anos no país, foram utilizados dados do Censo 2010 e de matrículas na rede pública referentes ao Censo Escolar 2010 do Ministério da Educação. Comparada com outros níveis de ensino, a educação infantil ainda tem baixa demanda atendida, com uma média nacional de 29,3 matrículas em escola ou creche na rede municipal e estadual para cada 100 crianças de 0 a 5 anos de idade.
A situação é mais favorável em Santa Catarina (44,1), Espírito Santo (42,9), São Paulo (36,8), Maranhão (34,9), Piauí (35,9), Ceará (35,1) e Rio Grande do Norte (34,8). A demanda atendida é mais baixa no Distrito Federal (16,3), Goiás (20,4), Amapá (20,0), Pernambuco (22,5), Rio de Janeiro (23,1), Amazonas (22,9) e Rio Grande do Sul (23,0).
População preta e parda passa a ser maioria (50,7%)
Nos últimos dez anos, a estrutura da população mudou em termos de cor ou raça, com destaque para uma maior proporção das pessoas que se declaram como pretas e pardas, de 44,7% da população em 2000 para 50,7% em 2010. Destaca-se uma maior concentração de pretos e pardos no Norte e no Nordeste e, no Sudeste e Sul, uma maioria de pessoas da cor branca, o que acompanha os padrões históricos de ocupação do país.
A comparação das pirâmides etárias referentes aos anos de 2000 e 2010, segmentadas por cor ou raça, mostra que, para os três principais grupos, houve estreitamento da base da pirâmide, resultado da diminuição da fecundidade. Ao mesmo tempo, duas diferenças despontam já em 2000. Pretos e pardos mostram maior proporção de pessoas abaixo de 40 anos; já os brancos têm maior proporção de idosos – maiores de 65 anos e, principalmente, maiores de 80 anos de idade – o que provavelmente está ligado às diferenças de condições de vida e acesso a cuidados de saúde, bem como à participação desigual na distribuição de rendimentos. Os rendimentos médios mensais dos brancos (R$ 1.538) e amarelos (R$ 1.574) se aproximam do dobro do valor relativo aos grupos de pretos (R$ 834), pardos (R$ 845) ou indígenas (R$ 735).
Na razão entre os rendimentos de brancos/pretos e brancos/pardos, os maiores diferenciais estavam nos municípios com mais de 500mil habitantes. Entre as capitais, destacam-se: Salvador, com brancos ganhando 3,2 vezes mais do que pretos, Recife (3,0) e Belo Horizonte (2,9). Entre brancos e pardos, São Paulo (2,7) aparece no topo da lista, seguida por Porto Alegre (2,3). Em terceiro lugar estão empatadas Salvador, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, onde brancos têm um rendimento 2,3 vezes maior do que pardos.
29,6% dos domicílios indicaram mais de uma pessoa como responsável
Das 57,3 milhões de unidades domésticas, 29,6% indicaram mais de uma pessoa como responsável. Entre as capitais, Florianópolis apresentou a maior proporção de unidades domésticas com mais de um responsável (40,1%), enquanto o Rio de Janeiro tinha a menor proporção (27,3%). É considerada como responsável pelo domicílio a pessoa reconhecida como tal pelos demais moradores e com, no mínimo, dez anos de idade.
Entre as unidades domésticas compostas por casais sem filhos, a responsabilidade era mais compartilhada do que nas unidades compostas por casais com filhos e parentes: 42,2% e 36,6%, respectivamente.
Domicílios com apenas um morador aumentam de 8,6% para 12,1%
Entre 2000 e 2010, houve significativo aumento das unidades domésticas em que morava apenas uma pessoa (unipessoais) no país, de 8,6% para 12,1%. Entre os estados, os maiores percentuais foram registrados no Rio de Janeiro (15,6%) e Rio Grande do Sul (15,2%), cujos índices de envelhecimento foram mais elevados, enquanto Amazonas (8,0%) e Maranhão (8,1%) tiveram os menores percentuais. Nos municípios das capitais, Porto Alegre desponta com o peso relativo mais alto para as unidades domésticas unipessoais (21,6%), enquanto o percentual mais baixo foi registrado em Teresina (8,6%).
A distribuição das unidades domésticas com mais de um morador (multipessoais) por tipo mostra que a forma “nuclear” pode ser considerada o padrão no país. Esta estrutura está baseada na consanguinidade e ou adoção e consiste em um único núcleo formado pelo casal com ou sem filhos. A distribuição das unidades domésticas nucleares por tipo de organização evidencia uma predominância daquelas constituídas por casal com filhos, correspondendo a 62%. As de casal sem filhos apresentaram uma proporção de 21%, enquanto as monoparentais femininas chegaram a 15,1% e as masculinas, a 2,3%.
O Nordeste apresenta um percentual ligeiramente mais elevado de unidades domésticas estendidas, compostas por um ou mais núcleos familiares com outros parentes (22,3% contra a média de 19,1%), e compostas, onde há a presença de não parentes (2,7% contra 2,5%).
Domicílios com saneamento adequado são 22,4% no Norte e 82,3% no Sudeste
A proporção de domicílios com saneamento adequado (ligado à rede geral de esgoto ou fossa séptica, com água proveniente de rede geral de abastecimento e lixo coletado direta ou indiretamente pelos serviços de limpeza) subiu de 45,3% em 1991 para 56,5% em 2000 e 61,8% em 2010. Nas cidades com até 5 mil habitantes as taxas passaram de 9,7% em 1991 para 21,7% em 2000 e 30,8% em 2010. Já nas cidades com mais de 500 mil habitantes, os percentuais eram de 73,6% em 1991, 79,7% em 2000 e 82,5% em 2010.
Entre as regiões, ainda havia desigualdades. Na região Norte, 22,4 % dos domicílios tinham condições adequadas de saneamento em 2010, enquanto no Sudeste a proporção era de 82,3%.
A proporção de crianças de 0 a 5 anos residentes em domicílios permanentes com saneamento inadequado (que não têm conexão com rede geral de abastecimento de água, esgotamento sanitário nem acesso à coleta de lixo) e com responsável ou cônjuge analfabeto caiu de 10,3% em 2000 para 4,6% em 2010.
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1 Os dados utilizados para gerar os resultados de rendimento são preliminares, pois ainda não foram submetidos a todos os processos de crítica e imputação previstos para a apuração do Censo Demográfico 2010
2 O Bolsa Família considera extremamente pobres as famílias com renda domiciliar per capita de até R$ 70 e pobres, aquelas com até R$ 140. O Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC-LOAS) beneficia idosos e deficientes com rendimento domiciliar per capita inferior a ¼ de salário mínimo. O Plano Brasil Sem Miséria, recentemente lançado, combina a linha de R$ 70 de rendimento domiciliar per capita com outras dimensões, como falta de saneamento básico. O valor de ½ salário mínimo per capita, por sua vez, é o valor referencial no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal. Já os países europeus, em geral, publicam indicadores de pobreza monetária a partir do valor de 60% da renda mediana nacional.

Comunicação Social
16 de novembro de 2011

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/11/16/florianopolis-sc-e-vitoria-es-sao-as-capitais-brasileiras-com-maior-salario-per-capita-mostra-censo.jhtm
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2019&id_pagina=1

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2018&id_pagina=1
I SEMINÁRIO NACIONAL E IV REGIONAL DE GEOECOLOGIA E PLANEJAMENTO TERRITORIAL/GEOPLAN

A UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE através do GEOPLAN convida aos interessados para participar do I SEMINÁRIO NACIONAL E IV REGIONAL DE GEOECOLOGIA E PLANEJAMENTO TERRITORIAL/GEOPLAN 2012, a realizar-se no período de 11 a 13 de abril de 2012 no Campus de São Cristóvão da UFS, em Sergipe.

Nesta edição, o evento tem como tema central CONFLITOS AMBIENTAIS E TERRITORIAIS: PESCA E PETRÓLEO NO LITORAL BRASILEIRO.


A programação, formas de inscrição e cartaz além de todas as informações sobre o processo de submissão de trabalhos (prazo até 30/12/2011) encontram-se no site www.geoplan.net.br


Os trabalhos aprovados para apresentação serão publicados em anais eletrônicos com registro (ISSN) e os melhores indicados para revistas indexadas após apresentação no evento.

Outras informações: http://www.ufs.br/conteudo/inscri-trabalhos-i-semin-rio-nacional-geoplan-3389.html