A Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima), sediada no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), acaba de disponibilizar na Internet o seu Relatório de Atividades 2011-2012. O documento encerra a etapa de estruturação da Rede e apresenta os destaques científicos de julho de 2011 a agosto de 2012, além de registrar o esforço conjunto em formação de recursos humanos.
Nesse período foram submetidos os resultados e um artigo científico de validação do Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre (BESM, na sigla em inglês) ao Projeto CMIP5, tornando o Brasil uma nação contribuinte para os cenários globais de mudanças climáticas do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas).
Com base nos resultados alcançados e visando consolidar a forma de pesquisa em rede durante os próximos anos, a Rede Clima inicia em 2013 uma nova fase, baseada em atividades transversais de pesquisa em projetos temáticos, a saber: 1)A dimensão humana das Mudanças Climáticas; 2) As dimensões energética, alimentar e da biodiversidade nas Mudanças Climáticas e 3) A modelagem das dimensões físico-químico-ecológicas das Mudanças Climáticas.
Também em 2013 será realizada a 1ª Conferência Nacional Rede Clima, Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas e Programa Fapesp de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais, quando serão apresentados os principais resultados obtidos até o momento por esses projetos e programas.
A partir de agora, o trabalho da Rede Clima será voltado para incentivar a pesquisa científica que produza estudos de maior densidade na área de adaptação e impactos das mudanças climáticas, visando um rápido avanço nessas frentes. Isso permitirá oferecer subsídios a políticas públicas locais adequadas às mudanças climáticas globais e locais em curso, com previsão de aumento médio da temperatura da ordem de 3°C a 4°C até o final do século, com fortes assimetrias regionais.
“É preciso saber medir o impacto de um evento em função da sua magnitude e localização, pois é a intensidade do impacto que irá desenhar a forma de adaptação” afirma o pesquisador Paulo Nobre, coordenador geral da Rede Clima. “O desafio está em disponibilizar o conhecimento gerado pela Rede de forma a ‘sistematizar o processo de adaptação’, criando assim um conjunto de ferramentas para a geração de opções de adaptação conformes às culturas, valores e características ambientais das regiões e seus povos. Por exemplo, como o processo de adaptação desenvolvido para as barrancas do rio São Francisco se aplica às barrancas dos rios Amazonas e Solimões? O segredo, na nossa visão, é interconectar o conhecimento e valores locais, utilizando-os para o desenvolvimento dessa ‘fábrica de adaptação’”.
Fonte: http://mundogeo.com