domingo, 11 de março de 2012

Mapa mostra feiras de orgânicos em 22 capitais


O cultivo de produtos agrícolas orgânicos não pára de crescer no Brasil, especialmente nas regiões Sul e Centro-Oeste. Para o consumidor, no entanto, faltam informações a respeito das vantagens dos orgânicos para a saúde e o meio ambiente, assim como sobre a localização das feiras especializadas, que costumam ser mais baratas do que os supermercados.



Feira de produtos orgânicos, em Recife. Uma ótima opção para passear, beliscar, pechinchar e ainda se alimentar de forma mais saudável, sem agrotóxicos. Foto: Jovem Rural

O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), em parceria com o Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor (FNECDC) e um grupo de organizações que apoiam a comercialização agroecológica, realizou um mapeamento das feiras de orgânicos em todo o país, dando destaque não só para sua localização como também os principais alimentos comercializados, o horário de funcionamento e a presença de mecanismos que comprovassem a origem orgânica dos produtos. De acordo com a pesquisa, foram localizadas 140 feiras em 22 das 27 capitais avaliadas.







Veja Feiras de orgânicos em um mapa grande




As cidades campeãs do ranking são Rio de Janeiro, que conta com 25 feiras orgânicas e agroecológicas, seguido por Brasília, com 20 feiras, Recife com 18 e Curitiba, com 16. Numa posição intermediária vem São Paulo, com 8 feiras; e, na leva seguinte, Campo Grande e Fortaleza, com 2; Belém, Aracaju, Manaus, Natal, Porto Velho, Rio Branco e Maceió só contam com uma. Das capitais pesquisadas só Boa Vista, Cuiabá, Macapá, Palmas e São Luís não tinham nem mesmo uma. 

A periodicidade das feiras mapeadas na pesquisa é variável. A maior parte delas (115) é realizada apenas uma vez por semana, durando de 4a 6 horas. A única que funciona diariamente é a Feira Orgânica do Jardim Bonfiglioli, em São Paulo.

Embora a maior parte dos produtos ofertados sejam frutas, legumes e hortaliças, as feiras têm procurado diversificar sua ofertas. Em algumas delas, é possível encontrar cereais orgânicos e até mesmo produtos processados como laticínios, mel, doces caseiros, sucos, pães, bolos, biscoitos, ervas, temperos, frango e carne bovina.

Quem compra em feiras evita intermediários e costuma obter bons preços – o que no caso dos orgânicos faz a maior diferença, já que seu custo costuma ser até 60% maior que o dos similares convencionais, uma vez que a produção demanda um cuidado maior com o solo, a água, a biodiversidade e até com a mão de obra. A variação de preço de feira para supermercado pode chegar a 463%. Além disso, essas feiras incentivam a produção local, apóiam a agricultura sustentável, minimizam os custos com energia e transporte dos alimentos e ajudam o orgânico a se popularizar.

As feiras especializadas estimulam o mercado e também aumentam a segurança de que o produto comprado é mesmo orgânico. Embora os produtos orgânicos vendidos nas feiras não possuam o selo SisOrg, para dar garantias ao consumidor, os agricultores familiares que vendem seus produtos devem estar vinculados a uma organização de controle social (OCS) cadastrada nos órgãos do Governo. A OCS pode ser uma associação, cooperativa ou consórcio de agricultores, que deve ser capaz de zelar pelo cumprimento dos regulamentos da produção orgânica. 


Nanda Melonio

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