O cultivo de produtos agrícolas orgânicos não pára de crescer no Brasil, especialmente nas regiões Sul e Centro-Oeste. Para o consumidor, no entanto, faltam informações a respeito das vantagens dos orgânicos para a saúde e o meio ambiente, assim como sobre a localização das feiras especializadas, que costumam ser mais baratas do que os supermercados.
Feira de produtos orgânicos, em Recife. Uma ótima opção para passear, beliscar, pechinchar e ainda se alimentar de forma mais saudável, sem agrotóxicos. Foto: Jovem Rural
O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), em parceria com o Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor (FNECDC) e um grupo de organizações que apoiam a comercialização agroecológica, realizou um mapeamento das feiras de orgânicos em todo o país, dando destaque não só para sua localização como também os principais alimentos comercializados, o horário de funcionamento e a presença de mecanismos que comprovassem a origem orgânica dos produtos. De acordo com a pesquisa, foram localizadas 140 feiras em 22 das 27 capitais avaliadas.
As cidades campeãs do ranking são Rio de Janeiro, que conta com 25 feiras orgânicas e agroecológicas, seguido por Brasília, com 20 feiras, Recife com 18 e Curitiba, com 16. Numa posição intermediária vem São Paulo, com 8 feiras; e, na leva seguinte, Campo Grande e Fortaleza, com 2; Belém, Aracaju, Manaus, Natal, Porto Velho, Rio Branco e Maceió só contam com uma. Das capitais pesquisadas só Boa Vista, Cuiabá, Macapá, Palmas e São Luís não tinham nem mesmo uma.
A periodicidade das feiras mapeadas na pesquisa é variável. A maior parte delas (115) é realizada apenas uma vez por semana, durando de 4a 6 horas. A única que funciona diariamente é a Feira Orgânica do Jardim Bonfiglioli, em São Paulo.
Embora a maior parte dos produtos ofertados sejam frutas, legumes e hortaliças, as feiras têm procurado diversificar sua ofertas. Em algumas delas, é possível encontrar cereais orgânicos e até mesmo produtos processados como laticínios, mel, doces caseiros, sucos, pães, bolos, biscoitos, ervas, temperos, frango e carne bovina.
Quem compra em feiras evita intermediários e costuma obter bons preços – o que no caso dos orgânicos faz a maior diferença, já que seu custo costuma ser até 60% maior que o dos similares convencionais, uma vez que a produção demanda um cuidado maior com o solo, a água, a biodiversidade e até com a mão de obra. A variação de preço de feira para supermercado pode chegar a 463%. Além disso, essas feiras incentivam a produção local, apóiam a agricultura sustentável, minimizam os custos com energia e transporte dos alimentos e ajudam o orgânico a se popularizar.
As feiras especializadas estimulam o mercado e também aumentam a segurança de que o produto comprado é mesmo orgânico. Embora os produtos orgânicos vendidos nas feiras não possuam o selo SisOrg, para dar garantias ao consumidor, os agricultores familiares que vendem seus produtos devem estar vinculados a uma organização de controle social (OCS) cadastrada nos órgãos do Governo. A OCS pode ser uma associação, cooperativa ou consórcio de agricultores, que deve ser capaz de zelar pelo cumprimento dos regulamentos da produção orgânica.
Nanda Melonio
Fonte: http://www.oeco.com.br
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