Deputados e especialistas e
defenderam a revisão do novo Código Florestal (Lei 12.651/12) como uma das soluções
para combater a crise hídrica, durante a comissão geral que debateu o assunto
no Plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (4).
Sarney Filho defende redefinição de
APPs para recuperar reservatórios de água.
Coordenador da Frente Parlamentar
Ambientalista, o deputado Sarney Filho (PV-MA), um dos propuseram a comissão
geral, afirmou que a redefinição das Áreas de Preservação Permanentes (APPs)
para limites anteriores aos do código atual é uma forma de recuperar os
reservatórios que fornecem água para o consumo humano. “Já existem propostas em
análise na Câmara que redefinem as APPs com limites maiores. Precisamos de mais
matas em beira de rio para nos proteger de situações como essa”, declarou.O especialista em Políticas Públicas Aldem Bourscheit também defendeu a revisão do código, para reestabelecer limites maiores de proteção de nascente e cursos de rio. “A implantação do novo Código Florestal foi um retrocesso no que se refere à proteção de nascentes, beiras de rio e cursos d’água”, observou.
Desmatamento
Mauricio Guetta, especialista em políticas públicas ambientais do Instituto Socioambiental, salientou que, além dos retrocessos no Código Florestal, contribuem para a crise hídrica do País o desmatamento da Amazônia e a falta de novas demarcações de terras indígenas. “Precisamos zerar o desmatamento na Amazônia e entender a relevância das reservas indígenas na regulação climática e dos recursos hídricos brasileiros”, destacou.
A coordenadora da Rede das Águas da
Fundação SOS Mata Atlântica, Maria Luisa Ribeiro, citou a destruição do bioma
Mata Atlântica – que, segundo ela, tem apenas 8% de remanescentes florestais –
como uma das causas da falta de água. Ela disse ainda que a crise não é apenas
de escassez, mas de qualidade da água. “Precisamos despoluir, investir em
saneamento e reinvestir no desmatamento zero”, completou.Mauricio Guetta, especialista em políticas públicas ambientais do Instituto Socioambiental, salientou que, além dos retrocessos no Código Florestal, contribuem para a crise hídrica do País o desmatamento da Amazônia e a falta de novas demarcações de terras indígenas. “Precisamos zerar o desmatamento na Amazônia e entender a relevância das reservas indígenas na regulação climática e dos recursos hídricos brasileiros”, destacou.
Chico Alencar: é preciso encontrar formas sustentáveis de produção e consumo.
Coautor do requerimento que solicitou a comissão geral, o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) comentou que a crise hídrica tem causas globais e locais, mas ressaltou os problemas provocados pela falta de planejamento e por um modo de vida descomprometido com o futuro das próximas gerações. “O desafio do século 21 é inventar novas formas, sustentáveis, de produzir e consumir”, defendeu.
Propostas parlamentares
Na comissão geral, diversos parlamentares apresentaram propostas para o Brasil lidar com as crises hídricas e energéticas. O deputado Delegado Edson Moreira (PTN-MG) destacou a necessidade urgente de investimentos na despoluição de rios. “Se o Poder Executivo criasse mecanismos para a captação e o direcionamento correto das águas pluviais, a falta d’água não estaria premente como está”, opinou. Ele citou como exemplo o caso de Israel, onde a água do mar é reaproveitada nos grandes centros.
Já o deputado Evandro Rogerio Roman (PSD-PR) sugeriu o aproveitamento da água do Amazonas. “Isso é possível; existem estudos sobre isso.”
Reportagem – Lara Haje e Murilo Souza
Edição – Marcelo Oliveira
Edição – Marcelo Oliveira
Fonte: Agência Câmara Notícias
Publicado no Portal EcoDebate, 06/03/2015
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